segunda-feira, 21 de junho de 2010

VAGALUMES


CADÊ OS VAGALUMES QUE ESTAVAM AQUI ?
(Sergio de Carvalho )

Perambulando na saudosa infância
Por trilhas e esquinas eu passei
Poucas casas se viam
A cidade tinha cara de roça
Terrenos baldios na beira da estrada
Refugio predileto dos bichos
Margeando nossos quintais
Tudo era magia e mistério
Quando ao cair da noite
Luzes no escuro brilhavam.
Pirilampo peregrino
Pequeno mago alado
Que naqueles tempos em abundancia
Piscava singelamente até o sol raiar!

Por onde andas agora
Bendito Vaga-lume,
Que não mais te vejo
O mato iluminar?

Com pesar há tempos percebo
Que a insensatez humana
Repleta de concreto,
Inseticidas e poluição
Destrói sem piedade tua moradia e alimento
Apagando gradualmente
as centelhas da tua existência.
Na paisagem de nossa memória.

Tua presença outrora tão constante
Assina hoje um triste epitáfio
Despedindo-se de nossas vistas embaçadas
Por tanta fumaça e devastação.

Adoráveis lanterninhas esvoaçantes.
Emocionado peço ao Criador
Proteção ao teu luzir
Que resistas bravamente
e volte logo inseto amigo
com teu brilho esverdeado
a povoar de estrelas cintilantes
o que ainda resta de céu na terra.

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